segunda-feira, 10 de agosto de 2009

CONVERSA COM A ESPOSA

Descobri o número do quarto em que o sujeito estava internado. Subi até lá e fiquei esperando sua esposa sair para dar uma volta. Foi então que decidi abordá-la. Eu inventei que era psicólogo do hospital e costumava conversar com familiares de quem havia tentado o suicídio.

- Mas meu marido não tentou se matar – respondeu, na defensiva.
- Pelo que consta no meu relatório, ele quase cortou o próprio pênis. A senhora tem ideia do porquê dele ter feito isso?
- Juro que não sei. Mas o Roberto andava estranho ultimamente...
- Estranho como?
- Ele queria muito mais sexo que o habitual – disse, constrangida.
- Me explique isso.
- Se antes, eram duas vezes por semana, nos últimos tempos eram várias por dia. E ele não saía de perto de mim. Sempre acariciando, pegando.... enfim, você sabe... Eu sentia que meu marido nunca estava satisfeito.
- E houve alguma razão especial para isso?
- Não que eu lembre. Um belo dia ele, simplesmente, acordou assim.
- E o que seu marido fez no dia anterior?
- Não sei ao certo. Talvez tenha ido ao bar com os amigos, como sempre faz às quartas-feiras.

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