
Foi o que eu fiz com o porteiro do finado Paulo. Assim que vi um adesivo do Flamengo grudado no caderno velho onde ele anota as correspondências, perguntei quanto tinha sido o jogo do domingo. E me pus a xingar o técnico do clube, que não escalara jogadores importantes para o clássico contra o Fluminense. Após 15 minutos de conversa, perguntei se havia algum apartamento para alugar naquele edifício. E se a vizinhança era tranquila. Tinha algum universitário por ali? Eles costumam fazer festas barulhentas...
Logo o porteiro soltou a língua. E falou sobre um rapaz que tinha se matado. Ele morava sozinho e estava há quatro dias sem sair do apartamento. Até que sua mãe chamou a polícia e arrombaram a porta. Uma tragédia.
- Ele tinha muitos amigos? Havia dois colegas de faculdade que apareciam com certa frequência.
- Tinha namorada? Nunca vi.
- Incomodava os vizinhos de alguma maneira? O rapaz era silencioso e educado com todos.
- Por que será que ele se matou? Talvez ele estivesse com saudade dos pais, né?
Nenhum comentário:
Postar um comentário